segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2013

Editorial - Edição 31 - 2013: O Ano da Logística Reversa


Corresponsabilidade: um passo importante para a logística reversa


A criação de um processo para gestão de resíduos é uma etapa fundamental quando falamos no pós-consumo. Uma mobilização nacional começa a ser articulada para a aplicação da logística reversa em todo o Brasil

No estado do Paraná, um fato relevante ocorreu no final de 2012. Diversas entidades setoriais foram “convocadas para apresentar e implantar um programa de gerenciamento de resíduos”. Isso mesmo, não me enganei no uso desses verbos relacionados à parte prática... Em se tratando de projetos na área socioambiental, estávamos mais acostumados a ouvir que representantes de diversas entidades estão discutindo ou analisando determinado projeto... Agora, as entidades não foram convidadas apenas para discutir, mas convocadas a dizer como implantarão. Apesar dessa relação verbal entre “convidar x convocar” e também entre “discutir x implantar”, parece que estamos saindo do discurso, que estava esgotando mais rapidamente do que muitos recursos naturais, e definindo objetivos e metas. A sociedade, de forma geral, já estava olhando com descrédito para os projetos de sustentabilidade e, em especial, os projetos de gestão de resíduos. Gerou-se um grande movimento com a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e aos poucos esse movimento foi esfriando, pois faltava essa parte prática. Agora, com toda essa articulação, na qual o foco está na articulação da corresponsabilidade entre os diversos agentes locais para pensar e gerenciar de forma coletiva os resíduos, começaremos a ver, em breve, os primeiros resultados práticos.

Essa articulação será importante porque o “negócio resíduo” deverá, necessariamente, ser gerenciado. O resíduo não poderá ser desprezado e/ou considerado apenas como subproduto para descarte. Toda uma cadeia, semelhante até as cadeias produtivas, terá que ser organizada. Nesse contexto, produtores, governo, entidades de classe, consumidores e outros agentes locais serão envolvidos. Na parte prática efetiva, provavelmente as cooperativas de recicladores estarão sendo criadas e as que já existem serão mais bem geridas... Assim veremos a logística reversa saindo do papel! 

Na matéria de capa desta edição, você encontrará a opinião de profissionais renomados, como o advogado paranaense Rafael Favetti, que participou da elaboração da lei nacional em 2010; o professor Nicolau Leopoldo Obladen, um dos principais consultores na área de gerenciamento de resíduos e do coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, Carlos Garcez, além de outros profissionais que representam entidades setoriais no Paraná.

A edição traz, ainda, uma matéria sobre a Cativa Natureza, empresa que produz cosméticos com rastreabilidade. Na editoria “Desenvolvimento Local”, apresentam-se projetos de negócios associados ao WTC – Word Trade Center Business Club. No espaço Tecnologia e Sustentabilidade, a cobertura do evento de sustentabilidade da Paraná Metrologia, com a participação da Marina Silva. A matéria da editoria Responsabilidade Social Corporativa traz os resultados de 2012 e os projetos para 2013 do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial). 

Teremos em 2013 esse avanço para comemorar! Sua implantação dependeu da criação de uma lei e da regulamentação e do controle local, ou seja, não será por consciência ambiental, mas por imposição da legislação. Como cidadãos, não devemos apenas ficar na torcida para que a lei seja cumprida, mas efetivamente nos comprometermos e fazermos a nossa parte como agentes que participam de forma corresponsável.

Boa leitura!
Pedro Salanek Filho

Nenhum comentário: